A arte do humor

Quando o dramaturgo irlandês e prêmio Nobel Bernard Shaw disse: ” Se te propões a dizer a verdade para as pessoas, será melhor que as faças rir; do contrário, te matarão”, estava mencionando a importância que o humor tem na comunicação interpessoal.

A arte do humor

No humor, como em outras artes, existe uma técnica de aprendizado; uma motivação para melhorar, que pode ser incrementada, e, um esforço constante que chega a produzir a obra admirável. Mas, mesmo que em outras artes o essencial seja o “produto”, bom ou original, no humor o importante é o processo: tentar buscar algo engraçado, usar a imaginação.
É bom ser precavido com o humor, pois ele é também uma faca de dois gumes. Só o sentido comum nos pode orientar sobre como e quando usá-lo. Mas, sempre é bom tentar. Nadar se aprende nadando. Desenvolver o sentido do humor que para alguns é fácil e natural leva um certo tempo e esforço para outros. Exige prática, porém, é divertido e compensa. “Fazer rir é difícil, mas, gratificante quando se consegue” (Charles Chaplin). Os que estão ao nosso lado o agradecerão.
O humor é a distância mais curta entre duas pessoas.
O humor e a filosofia nos fazem conscientes de que é mais interessante o que nos surpreende que o que nos dá a razão; que é mais sensato perguntar e aprender a escutar e responder com precipitação ou encontrar soluções rápidas e eficazes. Quem leva a vida com filosofia, ou seja, quem aprende a viver com o sentido do humor, deixa-se invadir por uma grande curiosidade, abandona o dogmatismo de que tudo sabe, cresce em capacidade e admiração e permanece sempre vulnerável na realidade.
A filosofia é uma atividade festiva, só ao alcance de gente encantadora.
“Humor é o grande jogo da vida que temos que seguir jogando até o final da partida”.

A vida

É uma senhorita que trata de fazer travessuras a todo momento e dá risada da gente. O único modo de ganhar o jogo é você dar risada primeiro. A vida é uma grande lagarta. Fique esperto. Quando consiga imaginar sua meta (ver-se a si mesmo possuidor de um bom sentido de humor), o caminho ficará mais fácil e divertido.
Algumas pessoas, para viver em paz e tranqüilidade, fogem das crianças. Entretanto, se quisermos desenvolver uma fantasia e imaginação de primeira, viver com os pequenos é o melhor modo.
No último congresso sobre “A Arte do Humor”, realizado na Espanha, o Prof. German P. Losa, (meu professor no curso de Comunicação com Humor na Pontifícia Universidade de Salamanca) ouviu um exemplo de um palestrante e o menciona sempre nas suas aulas:
“Diante de pessoas ou momentos que nos atemorizam ou nos deixam nervosos, como: um tribunal, uma entrevista de trabalho, um chefe bronqueado, um examinador exigente, podemos utilizar a fantasia.
“Se a autoridade de uma pessoa o impressiona ou o preocupa, imagine-a com roupa interior diante de você, ou no banheiro, ou, com uma galinha na cabeça botando um ovo e o mesmo escorrendo pela testa”.
Contou também o professor Losa que, 3 meses após o término do congresso se encontrou com uma professora amiga e lhe disse: ” a semana passada me lembrei muito do exemplo que ouvimos no congresso. Entrou o diretor da escola na minha classe e sem motivo, por algo que eu não havia feito, começou a me dar a maior bronca. Em vez de responder-lhe no mesmo tom, o imaginei com a galinha pondo na cabeça não um ovo, mas três. Ele ficava sério vendo minha reação e eu ria por dentro, imaginando os 3 ovos escorrendo pela testa dele”.
As pessoas que não dão risada nunca, não são gente séria.

Antedecentes históricos

“O coração alegre faz bem ao corpo; o espírito abatido, seca os ossos”. (Provérbios 17: 22)

“As emoções negativas podem interferir na recuperação depois de uma operação, enquanto que a alegria, o positivismo e a risada podem facilitá-la” (Henri de Mondeville, cirurgião medieval – século XIII).

“A risada colabora com a saúde ao restaurar o equilíbrio emocional” (Manuel Kant)

 

Manuela M. Rodriguez