Comunique-se e faça a diferença

Na chamada era da informação, independentemente da sua área de atuação, a ordem do dia é ser capaz de comunicar-se da melhor maneira possível, inclusive na escrita.
Em um mercado de trabalho tão competitivo, quem domina a linguagem está à frente da grande maioria e tem muito mais chances de se destacar.
Foi-se o tempo de chamar a secretária, o relações-públicas ou o pessoal da comunicação para redigir uma carta. E, se a capacidade de escrever um relatório ou uma simples mensagem pelo correio eletrônico de forma clara, objetiva e elegante não está na sua lista de competências, é hora de ligar o sinal de alerta.
A mensagem escrita transmite a imagem da empresa e da pessoa que a redigiu. E mais: passar suas idéias para o papel de forma correta pode ser decisivo no fechamento de um negócio, na apresentação de um projeto para o seu chefe que pode resultar em uma promoção e no bom atendimento com seus subordinados. E, é claro, evita terríveis mal-entendidos por falha na comunicação.
Lembre-se que, um texto confuso é produto de um raciocínio igualmente confuso, enquanto um texto claro denota um raciocínio organizado. Isso pode ser decisivo em um processo de seleção, por exemplo.

Como escrever melhor

Se, desde os tempos de escola, redação não é o seu forte, não se preocupe. Acompanhe algumas dicas para se expressar melhor na escrita, e tenha certeza de uma coisa: como em tudo na vida, o segredo é o treino.

Cuide da base

O básico, mas o básico mesmo é dominar a linguagem, ou seja, não infringir as regras da língua portuguesa. Erros ortográficos são primários. Fique atento para não cometer absurdos de o tipo escrever quiser com “z” e outras barbaridades do gênero.
Observe também as regras de concordância verbal, colocação de pronomes, tempos verbais, etc.
Portanto, se você está interessado em começar a melhorar sua comunicação escrita já, tenha no escritório ou em seu local de trabalho um bom dicionário e uma boa gramática. Atenção ao começo, ao meio e ao fim. Igualmente importante é ter a capacidade de organizar as idéias de forma lógica, tendo como parâmetro o leitor, e não você é claro. Para quem tem o hábito de leitura, essa concatenação de dados ocorre de forma natural. Para quem não tem, é recomendável começar identificando o motivo da comunicação. Qual o objetivo principal da carta, do relatório, do e-mail? É em torno dessa idéia que você deve se concentrar para garantir coesão e coerência – duas qualidades básicas na linguagem escrita. Para isso, veja o seguinte roteiro para estruturação da mensagem:

Introdução

É a parte inicial do texto, em que você contextualiza o assunto. Funciona como espécie de convite para que o leitor prossiga a leitura. Ocupa, geralmente, de 10% a 20% do espaço total disponível.

Desenvolvimento

É propriamente o corpo do texto e ocupa de 60% a 80% do espaço. Aqui você fundamenta o tema, utilizando exemplos e explanações Argumentos que sustentam o tema devem estar dispostos em parágrafos diferentes, para facilitar o entendimento e a leitura.

Conclusão

Fecha o raciocínio e tem mais ou menos o mesmo tamanho da introdução.
TRABALHE DURO! Não fique esperando que as frases saiam prontas da sua cabeça. Isso dificilmente vai acontecer. Comece a rabiscar as idéias, encarando o texto como um rascunho. Não tenha medo nem se sinta inibido em fazer isso.
Se houver muita informação, faça um esquema de como o conteúdo será organizado. O próximo passo é ir ajeitando, lapidando, até que o texto fique pronto.
Depois de terminar o texto, leia atentamente o que você escreveu. Pode parecer óbvio, mas muita gente não lê o que redigiu.
Tenha em mente que essa é uma valiosa oportunidade de eliminar repetições de palavras, redundâncias, frases mal construídas e idéias vagas.
Outra dica é não considerar o texto terminado na primeira versão. Faça e refaça-o quantas vezes o tempo permitir.
Outro fator importante. Não exagere no tamanho das frases.
Longas demais elas confundem o leitor e fazem com que ele tenha que voltar para lembrar o que você escreveu no início.
Muito curtas, podem indicar falta de domínio da linguagem. Portanto, o equilíbrio é fundamental.
SEJA OBJETIVO! Vá direto ao ponto, prefira a ordem direta das frases. As ordens invertidas são mais adequadas para a literatura, em que o objetivo da leitura é apreciar não só o conteúdo, mas também a forma.
Para uma comunicação ágil e precisa, não convém tomar o tempo do leitor com supérfluos. Informe logo o que quer saber.
A ordem é ser o mais claro e enxuto possível. É preciso se fazer entender na primeira vez.

ISTO POSTO. . . Evite rebuscamentos e palavras desconhecidas. Em vez de deixar o texto mais bonito, elas dificultam o entendimento e comprometem a eficiência da mensagem. Tenha certeza do significado das palavras que utiliza.
Às vezes, na tentação de impressionar, você pode passar um grande vexame. E não se esqueça: simplicidade é uma das qualidades de um bom texto.
LEIA! Para ter um bom texto é fundamental praticar o hábito da leitura. Mas não só passar os olhos. Leia com um olhar crítico, observando o conteúdo e a forma como as idéias foram estruturadas.
Quem não lê muito, dificilmente conseguirá escrever bem. Os dois atos andam juntos e se fortalecem mutuamente.


Manuela M. Rodriguez